Alunos da UEZO pelo mundo – entrevista com Sílvio Russo
Sílvio Russo, aluno do curso de Ciências Biológicas da UEZO, voltou há pouco mais de um mês de uma experiência de intercâmbio, pelo programa Ciência sem Fronteiras, na Universidade de Trieste.
Confira a entrevista!
UEZO – Em que período e curso estava matriculado na UEZO quando começou o intercâmbio?
Silvio Russo – Eu curso Ciências Biológicas e estava no 6º período. Eu fui estudar na Itália na cidade chamada Trieste, localizada no nordeste do país.
UEZO – Como foi o processo de seleção para participar do Ciência sem Fronteiras? Você gostaria de deixar alguma dica para futuros candidatos?
Silvio Russo – Foi bastante complicado e tenso, pois o Edital faz uma gama de exigências, porém plausíveis para o tipo de programa que está sendo aplicado. Afinal, estão enviando alunos ao exterior e o governo quer um retorno deste investimento. A minha dica: desde cedo os alunos têm que buscar informações que acrescentem positivamente ao seu currículo acadêmico, não bastando as aulas e a rotina na universidade. Não deixem de pegar dicas com professores que têm alguma conexão com o exterior. Busquem na internet os programas governamentais que proporcionam oportunidades.
UEZO – E como era sua rotina na Universidade em que você estudou no exterior?
Silvio Russo – De acordo com o programa, eu teria que escolher disciplinas que pudessem adiantar os dois períodos em que eu estaria fora. Assim, eu ia às aulas semanalmente, fossem elas em sala ou aulas de laboratório e campo. Nos dias em que eu não tinha aula, eu ia às aulas da turma de mestrado, só como acréscimo de conhecimento. Isso com a permissão do coordenador. E, às vezes, eu ajudava alunos que estudavam o idioma português no campus de literatura e interpretação da cidade.
UEZO – Quais disciplinas você cursou?
Silvio Russo – Cursei Bioquímica, Genética e Bioinformática, Zoologia, Botânica Sistemática, Microbiologia, Imunologia e Patologia geral.
UEZO – Teve experiências com pesquisa ou práticas? Como eram?
Silvio Russo – Eu participei de práticas em laboratório na disciplina de Microbiologia e aulas de campo em Botânica Sistemática. As atividades de campo com Botânica foram as mais entusiásticas, pois a vegetação era bem diferente do que eu costumava ver no Brasil.
UEZO – O que mais gostou dessa experiência no exterior?
Silvio Russo – Eu gostei mais de fazer amizades, seja com professores e com pessoas que eram ou não de biologia. Pois, dessa forma, em uma oportunidade futura, posso filtrar algumas informações e pensar na possibilidade de fazer um mestrado ou doutorado.
UEZO – Teve dificuldades quando chegou à Itália? Quais?
Silvio Russo – Sim. De exercer a conversação. Pois, apesar de ter estudado bastante com livros e pessoas pelo Skype, ao tentar conversar com o nativo, parece que se torna difícil. Nas aulas também, pois até você raciocinar paralelamente com o que o professor fala leva um tempo. No mais, tudo foi se encaixando aos poucos, como a alimentação e relacionamentos interpessoais com nativos e estrangeiros.
UEZO – Do ponto de vista acadêmico, como é estudar fora?
Silvio Russo – É uma experiência maravilhosa. Ter uma experiência dessas no currículo é bastante empolgante, e é mais um motivo que te faz manter-se atualizado e qualificado.
UEZO – E do ponto de vista profissional?
Silvio Russo – Do ponto de vista profissional, estudar fora amplia seus horizontes. Você começa a enxergar o quanto você tem oportunidades em diversas áreas para exercer, seja em pesquisas ou em empresas.
UEZO – Quais as diferenças que você percebe entre o estudo dentro e fora do Brasil?
Silvio Russo – É difícil fazer uma comparação entre uma universidade fundada em 1924 e a nossa UEZO de 2005. Porém, na parte da equipe de professores eu achei bastante similar nas didáticas e qualificações. O sistema burocrático funciona como na UEZO. A atenção com os alunos é bem resolvida. Alguns problemas são similares, como na área de pesquisas biológicas; os pedidos de materiais para experimento demoram a chegar. Eu obtive essa informação quando conversei com uma doutoranda na área de oncologia.
UEZO – Como você percebe, a partir da oportunidade que teve, a repercussão na sua vida profissional?
Silvio Russo – Participar de um intercâmbio é o sonho de muitos, principalmente para aqueles com renda limitada. E eu estou bastante agradecido por esta oportunidade, e vejo que a experiência fora é bastante inspiradora para conseguir o que você almeja profissionalmente.